Miguelópolis, uma década
depois.
Por Aléssio Freire
Um dos points
de pesca de tucunarés mais famosos do sudeste, mostra porque a região continua sendo tão procurada pelos adeptos desta espécie.
Com população com pouco mais de 20 mil habitantes, a
cidade tem como principais atividades econômicas, a agricultura, da cana de
açúcar e o turismo de pesca.
No município, há uma ampla praia pública a 2 km do centro; nesta,
há uma rampa concretada com livre acesso. Nas imediações, também encontramos
diversas pousadas e marinas.
Para realizar
esta pescaria, rebocamos o novo Big Bass Cross da Levefort, um bass boat compacto de alumínio equipado
com o novo motor F40 da Yamaha.
O conjunto se mostrou muito
versátil tanto para reboque como nas operações de embarque e desembarque. O Big
Bass Cross, possui características imprescindíveis aos pescadores esportistas,
tais como selins com regulagem de altura, caixa porta varas acarpetada, dupla
plataforma e outras funcionalidades que mostram a verdadeira vocação deste
barco – a pesca esportiva. Na
primeira tarde de pesca, tive a companhia do guia “Baianinho”. Disse a ele que
minha última pescaria em Miguelópolis havia sido realizada a mais de dez anos ,
época em que apresentava o programa Caminhos da Pesca no SBT Minas, mas naquela
época, resultado da mesma, não havia sido dos melhores. Baianinho comenta que
desde que apareceram plantas aquáticas no lago de Miguelópolis, a pescaria
melhorou muito. Naturalmente, podemos supor que mais alimentação e abrigo para os
peixes, renovaram o ecossistema do lago, disponibilizando mais alimentos e
abrigo para os peixes .
Teorias e lembranças a parte, logo que saímos da
marina, já enfrentamos um vento frontal que provocou ondas bem razoáveis. Pescaríamos
em algumas galhadas sugeridas pelo guia, mas com condições de tempo adversas, partimos
para um braço do lado oposto da praia pública. Assim, começamos a pescar no
início deste braço. Com águas mais calmas, era possível trabalhar com
eficiência alguns sticks com rattle bem junto as margens.
Sob o escaldante sol das 16 horas (horário de verão), em um
trecho mais arborizado, houve um súbito ataque em minha isca de superfície,
confesso que estava um pouco distraído, pensando no próximo arremesso, mesmo
assim o peixe foi fisgado e pude perceber que era de bom porte, enquanto
admirava o azulão a uns 2 metros do barco, simplesmente ele se soltou.
Com uma sensação de angústia, compensada pelo
alto nível de expectativas em relação à novas capturas, seguimos com nossos arremessos;
mas até ao final desta tarde, apenas dois pequenos peixes foram capturados.
Na também ensolarada e quente manhã seguinte, com um
novo guia, conhecido como “Corumbá”, aproveitamos o pouco vento e saímos a todo
vapor em direção aos pontos indicados por ele. Com o novo motor F40 4 tempos da Yamaha, aproveitei
para testar o desempenho do conjunto, a velocidade maxima foi de 30 Mhp.
O Big Bass Cross, pode receber motorização de até 60 HP, mas
seu desempenho e principalmente consumo com o F40 agradaram bastante. A
sugestão do Sr. Corumbá, era de tentarmos em locais mais rasos, porém distantes
da margem.
Navegar na represa de Miguelópolis é um grande desafio, pois
há troncos submersos espalhados por diversas partes, assim a presença de um
guia local é recomendada.
Insistimos muito nestes pontos, eu com iscas de superfície e
o guia com meia água. Vez por outra, um exemplar menor era atraído pelas iscas
de meia água.
Apesar de saber que estes locais podem
abrigar bons exemplares, sempre obtive melhores resultados pescando em braços,
onde há maior presença de alimentos (pequenos peixes, camarões, etc), mas segui
as sugestões do guia até a hora do almoço, ou melhor, do lanche.
Após uma certa
negociação, partimos para pescar em braços do lago, no sentido da barragem, porém pescando do lado mineiro, no
município de Uberaba.
Podíamos ver com frequência a manifestação de pequenos
peixes na superfície e nas margens. Vez por outra, alguns tucunarés caçavam
pequenos lambaris e camarões, muito abundantes naquele trecho do lago.
Tudo indicava que os peixes poderíam mesmo estar mais
presentes nestes braços, ao menos nesta época.
Com isca de superficíe, no primeiro arremesso, uma traíra
razoável ataca a isca e ao lado dela, dois tucunarés vem conferir o que está
acontecendo, a traíra também escapa ao lado do barco e os tucunarés a
acompanham.
Nesta longa margem rasa, foram três ataques de traíras e
alguns tucunarés menores.
Este era meu último dia de pesca, pois no dia seguinte começaria
o primeiro Tucunamig, um torneio de pesca organizado pela Martinelli de Ribeirão Preto, em
parceria com a Prefeitura local, barcos Levefort e outros parceiros, como a
previsão seria de mais de cem embarcações, o melhor era pescar antes do torneio,
com menor concorrência.
Seguimos para uma grota um pouco mais adiante, onde havia
também restos de uma construção submersa e diversas galhadas, talvez um antigo
pomar da casa.
Apesar de não ser de minha preferência, resolvi usar iscas
de meia água, ali juntamente com o guia, tivemos várias capturas, porém de
exemplares de menor porte.
Um pouco mais abaixo, mas bem ao fundo da grota, o primeiro
tucunaré amarelo compareceu e outro azul, foi capturado pelo guia.
“Corumbá”, como todo bom guia, deixou para o final um ponto
próximo da barragem, conhecido como ilha afundada, que é uma grande raseira no
meio do lago. Arremessamos no entorno do local e apenas um pequeno peixe se
manisfestou, antes de pescarmos em toda extenção deste trecho, a bateria do motor
elétrico ficou sem carga, já eram mais de 16 horas.
Retornamos para a marina para tentarmos outra bateria,
lamentavelmente não havia nenhuma disponível, o guia de pesca desanimou, mas
insisti em irmos até um braço próximo onde havia perdido um bom peixe no dia
anterior.
Chegamos e lá estava o guia “baianinho”pescando com um
turista, pedi licença e disse que havia voltado para pegar o peixe perdido do
dia anterior, a uns cem metros adiante, com isca de meia água, bastaram 3 arremessos
para sentir um forte tranco na vara de 14 libras, certamente não era o peixe do
dia anterior, esse era muito mais forte. O peixe arrancava facilmente minha
linha de multifilamento da pequena carretilha, mas por sorte brigava limpo,
após uma briga que valeu a viagem lá estava o azulão de Miguelópolis.
Devidamente fotografado e devolvido, missão cumprida quase
aos 45`do segundo tempo.
Dia seguinte fomos acompanhar
o agitado Tucunamig, que teve largada na praia pública, com 102 embarcações.
Informações de performance do
conjunto Big Bass Cross da Levefort com F40 da Yamaha:
Máxima velocidade com 2 ou 3
pessoas – 30 mhp.
Consumo a 30 mhp/6000 rpm -15,6 litros/hora
Consumo a 23 mhp/ 4000 rpm –
8,6 litros/hora